O Muza já adiantou para vocês, hoje mesmo, mais cedo, que durante o mês de novembro o Sesc Palladium terá diversas atividades e atrações LGBT em sua programação na ação intitulada ““Gênero: visibilidades e invisibilidades”. Mas durante o dia 1º e o dia 5 acontecerá a “Ocupação Queer” que irá reunir diversas atrações. Abaixo, você pode conhece-las e se programar, mas antes, um texto introdutório sobre essa ação em específico. Programem-se e prestigiem!
No Brasil, vivemos um momento muito intenso, de questionamento de privilégios. Observamos reações de vários vetores – progressistas, mercadológicos, reacionários, alienados, utópicos, indiferentes, etc. As pessoas estão experimentando posicionamentos. As pessoas estão saindo do armário. Nesse mote, a Ocupação Queer pretende promover um lugar de estranheza e de provocação de instabilidade dos binarismos, por meio das Artes do Corpo. Suas atividades envolvem Dança, Performance, Videoarte e Música, além de uma oficina de criação de zines “O Que Você Queer”. Com Marcelo Kuna, Ana Luisa Santos, o coletivo “Beijo no seu preconceito” e artistas do concerto cênico Cancioneiro Queer.
PROGRAMAÇÃO
● Cancioneiro Queer, 01/11 (terça-feira), às 20 horas, Teatro de Bolso.
Ingressos: R$ 10 inteira, R$ 5 meia-entrada, R$ 6 comerciário e R$ 4 usuário conveniado Concerto cênico
Após a apresentação, conversa com o musicologista Carlos Palombini.
Sinopse: Canções de temática LGBT/feminista do repertório erudito-popular de G. B. Pergolesi, Francis Poulenc, Mischa Spoliansky, Kurt Weill, Chico Buarque, Lino José Nunes e de compositores da Broadway e Off Broadway como William Finn, Jerry Herman e Andrew Lippa são apresentadas em formato de cabaré.
FICHA TÉCNICA
Duração: 80 min
Concepção: Marcelo Kuna
Arranjos: Fausto Borém, Fred Natalino
Versões em português: Marcelo Kuna
Iluminação: Tainá Rosa e José Reis
Cantores: Marcelo Kuna, Sérgio Anders, Raíssa Brant, Leonardo Mendonza, Clara Borém Piano: Fred Natalino
Contrabaixo: Fausto Borém
Guitarra, Violão: Luísa Martins
Bateria: Matheus Rodrigues
● #dizTRAVA, com Beijo no seu preconceito. 02/11 (quarta-feira), às 18 horas, Teatro de Bolso
Videoclipe
Gratuito
Uma exibição seguida de conversa com artistas criadores: Mirela Persichini, Alexandre De Sena, Will Soares e Igor Leal.
Sinopse: #dizTRAVA é um grito. Um jeitinho que encontramos de dizer que a sociedade TEM que RESPEITAR nossa EXISTÊNCIA. No morro do papagaio, as BICHAS de lá nos receberam, subiram e desceram as ladeiras nos apresentando o seu cotidiano. Desfilamos nosso dia a dia. Não é possível, neste tempo em que vivemos, a LESBOTRANSFOBIA não ser CRIMINALIZADA! Este nosso videozinho é PROTESTO, é grito de SOBREVIVÊNCIA. Nossos corpos RESISTEM, neles há paixão e VIDA! "EU NÃO QUERO SER AGREDIDA NA RUA OU EM QUALQUER LUGAR". O mundo é de TODXS e a vida é MAIS. Um BEIJO no seu PRECONCEITO.
FICHA TÉCNICA
Duração: 04:46 min
Realização: Beijo no seu preconceito
Letra: Will Soares
Pesquisa base rap: Gabriel Freitas
Arranjos Sonoros: Alexandre de Sena Direção: Alexandre de Sena e Mirela Persichini Edição: Mirela Persichini
Produção: Igor Leal
Elenco: Charlin Viana, Igor leal, Jean Luis, Lucas Ericksen, Maikon Sipriano e Will Soares.
● Palestra-performance “Por uma performance queer ou o direito aos grandes lábios”, com Ana Luisa Santos, a partir dos zines O que você queer.
Foyeur Av. Augusto de Lima
02/11 (quarta-feira), às 19 horas
Performance
Gratuito
Sinopse: Na palestra-performance Por uma performance queer ou o direito aos grandes lábios a artista, Ana Luisa Santos, se coloca no lugar de fala, de corpo que fala, de poder da voz, do grito, do direito à escolha & gozo. Passeia de maneira inovadora & esclarecedora pelas ideias contrassexuais de Beatriz-Paul Preciado presentes no livro Manifesto Contrassexual, incorporando suas diretrizes de erotismo expandido de forma metalinguística e irônica, como por exemplo ao assumir um dildo como microfone para ampliar a própria voz.
O QUE VOCÊ QUEER é uma plataforma desenvolvida pelas artistas Ana Luisa Santos e Fernanda Branco Polse a partir de suas experiências artísticas como performers queers. O foco editorial é a criação de performances, falas, zines, livros, dramaturgias, manifestos e residências com a referência de atuação performática, cotidiana e política de criação de um corpo queer. Esse manifesto “o que você queer" é um tipo de ação genderless em prol de uma pesquisa, criação e debate sobre a experiência de viver agora com uma abertura performática para fazer política.
O que você queer?
www.oquevocequeer.com
FICHA TÉCNICA
Duração: 30 min
Criação: Ana Luisa Santos
Co-criação / Colaboração: Fernanda Branco Polse
OFICINA (inscrições até o dia 24/10 no link: bit.ly/inscricaopalladium)
* O que você queer, com Ana Luisa Santos e Fernanda Branco Polse. Carga horária: 6 horas
Gratuito
02/11 e 03/11 de 14 às 17 horas, com abertura de processo no dia 03/11 às 18 horas
Ementa: Para criação de zines, com dois encontros de 3h/aula cada. A oficina é uma experiência de criação de manifestos queers a partir do exercício performático da presença de cada um dos participantes. Serão desenvolvidos exercícios de fala, escuta, escrita, colagem e ilustração para desenvolvimento de manifestos em formatos de zines.
● Transviado (Ich bin die fesche Lola!), 05/11 (sábado) às 19 horas
Foyeur Av. Augusto de Lima
Dança
Gratuito
Após a apresentação, conversa com a Professora do Teatro Universitário da UFMG Denise Pedron.
Sinopse: Dança perdida na noite, orientada pela artista Gaby Imparato. Uma coreografia de Bob Fosse (1927-1987) para a bailarina Gwen Verdon (1925-2000) encontra no corpo da bicha louca um ambiente propício para uma proposição feminista e camp.
Release: Transviado (Ich bin die fesche Lola!) é uma proposta artística queer que propõe o trânsito teórico-prático entre leituras feministas do corpo e o processo criativo em dança do artista. A obra escrita, em processo de publicação, conta com prefácio da estudiosa de dança Jussara Sobreira Setenta, autora de O Fazer-dizer do Corpo - Dança e Performatividade(EDUFBA, 2008).
Criado por Marcelo Kuna dentro do bacharelado com linha de formação em dança do curso de Comunicação das Artes do Corpo (PUC-SP), sob a orientação da diva camp da dança contemporânea brasileira, Gaby Imparato, Transviado é um corpotexto que questiona os binarismos de gênero. Por meio da associação desses binarismos com a afirmação das dicotomias separatistas de corpomente, o criador-intérprete dança um pensamento que assume o corpo como lugar do processual, da indefinição e do fim das certezas.
O projeto conta com a presença de três músicos que tocam ao vivo, em Ich bin die fesche Lola!. Ainda fazem parte do corpo Transviado: uma videodança (Trilogia da Noite) e um trabalho coreográfico integrado com videomapping (Pássaros).
FICHA TÉCNICA
Duração: 40 minutos
Concepção: Marcelo Kuna
Músicos: Thiago Quintino (piano), Matheus Rodrigues (bateria), Luísa Martins (guitarra) Iluminação: Tainá Rosa e José Reis
Projeto de luz original: Mariana Rezende
CURRÍCULOS
Curadoria
Marcelo Kuna
Artista do corpo e cantor graduado em Comunicação das Artes do Corpo (PUC-SP). Professor certificado no método de dança com habilidades mistas DanceAbility (www.danceability.com). Já passou por renomadas instituições como Tisch School of Arts (NYU), Stella Adler Studio of Acting (Nova Iorque), RADA (Londres), e V.O.I.C.Experience Foundation (Sherrill Milnes). Criou a Trilogia da Noite (2015), série de três videodanças com temática queer e com trilha de Agnaldo Timóteo, que tem circulado por festivais de videoarte no Brasil e no exterior. Namaskar! www.marcelokuna.me
Equipe
Ana Luisa Santos
Mestre em Comunicação Social pela UFMG e Pós-graduada em Performance pela Faculdade Angel Vianna/BH/RJ, com Bacharelado em Jornalismo pela UFMG. Atua como artista visual da performance, escritora e pesquisadora em projetos artísticos e de formação nas áreas de figurino, dramaturgia, audiovisual, teatro e dança. É co-diretora da plataforma artística “O que você queer” (2015). É coordenadora dos Núcleos de Pesquisa do Galpão Cine Horto desde 2015 e do Núcleo de Pesquisa em Figurino desde 2009. www.anasantosnovo.com
Beijo no seu preconceito
Frente artística-política de resistência à norma heterossexual! Tem como objetivo promover trabalhos artísticos que friccionam as dimensões estéticas, éticas e políticas em sua linguagem. Em 2014, realizou a cena curta “Não conte comigo para proliferar mentiras”, cena escolhida para compor a temporada das mais votadas do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto. Em 2015, realizou a Marcha da Diversidade, marcha-bloco carnavalesco que saiu às ruas no carnaval de Belo Horizonte sensibilizando a cidade pelo respeito à diversidade de gênero. Realizou, em março de 2015, no teatro Espanca! a primeira edição do “Afazeres Queers: Arte viada no centro”. www.facebook.com/Beijonoseupreconceito
Carlos Palombini
Doutor em Música pela Universidade de Durham, Reino Unido, professor de musicologia na Escola de Música da UFMG, professor colaborador do programa de pós-graduação em música da UNIRIO, e bolsista produtividade em pesquisa do CNPq. Principais publicações incluem “Pierre Schaeffer, 1953: Towards an Experimental Music”, Music and Letters, LXXIV (4): 542–557, 1993 (prêmio Sir Jack Westrup, 1993); Essai sur la radio et le cinéma: esthétique et technique des arts-relais, 1941– 1942, Paris, Allia, 2010; “A era Lula/Tamborzão: política e sonoridade”, Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, LVIII: 157–207, 2014.
Denise Pedron
Possui graduação em Letras (1995), mestrado em Estudos Literários (1999) e doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006), com a tese A performatividade na cultura contemporânea. É professora no curso técnico em Artes Dramáticas do Teatro Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais, onde ministra as disciplinas de História do Teatro, Literatura Dramática e História do Teatro Brasileiro. Foi coordenadora geral do festival de Performance de Belo Horizonte (2009 e 2011) e do Festival de Verão da UFMG (2014 e 2015). Atualmente é também Diretora Adjunta de Ação Cultural da UFMG. Atua como pesquisadora, principalmente, nos seguintes temas: crítica teatral, processos criativos em performance, intervenção urbana e teatro contemporâneo.